V a l o r e s
Às vezes somos tachados de inflexíveis, que não cedemos nunca, que somos orgulhosos. Isso dito pelas mesmas pessoas que sempre falam:
"Não vou mudar o meu jeito de ser, eu sou assim e pronto!"
"Faço do meu jeito!" "Esse é meu jeito de fazer!"
"Não tenho que agradar ninguém!"
"Assim está bom!"
Pessoas essas que nunca pedem desculpas..., não aceitam críticas, não debatem qualquer assunto. Jamais mudam o seu jeito de fazer as coisas, independente dos resultados. É o jeito de elas fazerem as coisas.
São perfeitas, não precisam mudar, nem aprender. Se as criticam, não se expõem dando sua opinião.
Existem os teimosos e os convictos.
Quantas vezes somos chamados de teimosos, quando somos apenas convictos?
Qual a diferença?
Os convictos têm crença em si próprios e em seus conhecimentos, possuem ideais e os defendem até que lhes seja apresentado um fato novo com o qual, reformulam suas convicções e visão dos fatos. Raciocinam e formam novas idéias e princípios. Atualizam seus valores.
O teimoso, como o convicto, acredita em si próprio e em seus conhecimentos, entretanto, ignora fatos novos, pois não tem a segurança do convicto, então, nega tudo o que é novo, pois não admite estar errado, ou ter que admitir uma idéia ou visão melhor. É incapaz de reformular seus valores e idéias.
O convicto discute tudo, às vezes é tido como chato, tem fome de conhecimento e se esforça para obtê-los, não gosta de estar à margem dos acontecimentos. O teimoso ignora os fatos e não se importa de estar à margem, pois os outros estão errados.
Existem ainda aqueles que se julgam humildes e aceitam tudo, na realidade são submissos, não possuem a força do convicto ou do teimoso.
O fato de ser humilde, não implica em ser fraco ou passivo. Nem o fato de ser convicto implica que a pessoa não seja humilde.
Ghandi, Madre Tereza, Bispo Desmon Tuto, Dalai Lama, Nelson Mandela eram, ou são, convictos e lutadores e nunca deixaram de ser humildes. Acreditando em seus conhecimentos, convicções e ideais, eles mudaram nossa história, e ajudaram muita gente. Mudaram o jeito que muita gente tem de pensar.
Defender suas convicções não é teimosia, nem falta de humildade, apenas está defendendo suas bases, seus valores, até o momento de que algum fato novo os faça mudar.
Discutir assuntos, idéias e pontos de vista e uma forma de dividir o conhecimento e de aprender também.
Submissão não é sinônimo de humildade, é submissão. Pessoas submissas não são capazes de mudar as coisas, é por isso que existem aqueles que abusam do poder. Pois submissos geram impunidade.
Os teimosos incomodam menos que os convictos, pois os teimosos só reagem quando criticados ou indagados. Os convictos são agentes de mudança, questionam e perguntam tudo. Faz parte do seu aprendizado e de sua vontade de fazer tudo melhor, sempre. Mas ao contrário dos teimosos, eles se expõem, falam de suas idéias e assim, se permitem ser criticados.
Os teimosos têm baixo poder de persuasão ou de argumentação, normalmente se afastam das discussões, ignorando seus interlocutores ou partem para a ignorância. Um convicto só desiste de uma discussão se achar que o assunto não irá se desenvolver.
Criticamos tanto os orgulhosos, mas não fazemos distinção do tipo de orgulho. A meu ver existem pelo menos dois. O orgulho de ser quem é, orgulho de ter vencido, orgulho de não ter sucumbido às dificuldades, não ter desistido de ser honesto e correto. Mas existe o orgulho nocivo, aquele de quem é vazio e precisa humilhar as pessoas para se sentir importante. O outro não precisa humilhar ninguém, pelo contrário, divide o que tem, às vezes divide tanto que pensam que é para mostrar superioridade, auto afirmação. Não é. Ele o faz com isenção e, normalmente é admirado.
Será que Ghandi, Madre Tereza, Bispo Desmon Tuto, Dalai Lama, Nelson Mandela não tiveram ou têm orgulho de si próprios? Acho que sim. Orgulho de poder dividir, de serem bons, de defenderem os que não podiam se defender sozinhos. Não faziam para se promoverem, seus atos os promoviam. Serviram de exemplo e são admirados.
Isso é apenas uma reflexão sobre valores humanos..., segundo meu ponto de vista.
Gerald Corelli
Consultor