20 de Novembro
D i a d a C o n s c i ê n c i a
Dia da Consciência. Assim deveria chamar-se esse dia. Não importa se negra, nordestina, pobre, branca, asiática, rica, japonesa, mulçumana, grega, judaica, árabe, analfabeta, aposentada, da 3ª idade, da mulher, do macho ou do gay, não deveria fazer diferença.
Deveríamos ter a consciência de cidadão. As teóricas minorias são na realidade, a maioria excluída.
Minoria são os menos de 10% de abastados, e poderosos, que detém 50% de toda a renda nacional. Outros 40% detém 7% da renda. Como podem ver os pobres são a maioria, segundo o Banco Mundial.
Enquanto, por absoluta ignorância, continuarmos nos dividindo e buscando, cada qual, privilégios para a sua “categoria minoritária", seremos cada vez mais excluídos. Jamais uma nação.
Lembrem-se! Os "bandidos" também se sentem excluídos e culpam a sociedade por isso. É absolutamente uma questão de ponto de vista. Eles também são “a sociedade”.
Enquanto esquecermos que nós todos somos a sociedade e continuarmos a culpar essa mesma "sociedade" pela segregação, como se esta fosse uma outra “sociedade”, como se não fizéssemos parte dela, não enxergaremos que estamos no centro da solução e ao mesmo tempo somos o problema.
Então ao requisitar benefícios ou privilégios a uma classe social, religiosa ou racial, estamos segregando as outras, estamos tolhendo os direitos dos outros como fazem com os nossos, que tentamos proteger de maneira equivocada.
Como nos falta a consciência, exigimos vagas exclusivas para essa ou aquela minoria nas faculdades, estamos esquecendo que a única coisa exigida em um vestibular é o conhecimento. E que pouco adiantaria dar uma vaga na faculdade a um "excluído", se esse não tiver base para assimilar os conhecimentos que vai receber.
Precisamos melhorar a base de nossa educação e cultura, o resto será acrescentado por conseqüência, assim como as oportunidades.
No caso acima, essa pessoa estaria mudando apenas de classe de excluído, passaria a ser um profissional com curso superior desempregado ou subempregado. Não resolveríamos o problema.
Esse foi só um exemplo, a crítica serve para as outras solicitações de privilégio. Como as de estudantes de escolas públicas, que por conta de uma política de ensino que objetivava, exclusivamente, a geração de vagas, promovendo alunos sem qualquer critério de mérito, chegam ao final do ensino médio semi-analfabetos.
Novamente, temos que mudar a cultura da nossa sociedade; a nossa própria cultura e educação de base. Ser cidadão depende da educação que recebemos em casa, ou seja, só depende de nós mesmos.
Pouco adianta brigarmos pelos nossos "direitos" quando esquecemos os direitos dos outros jogando lixo no chão; atirando sabugos do milho pela janela do ônibus; ficando prostrado em frente à porta do trem, ou metrô, atrapalhando os outros; jogando latas de cerveja pela janela do carro; fingindo que dormimos para não dar lugar a uma pessoa idosa, mulher grávida ou à outra pessoa com um problema qualquer; lavando tapete, carro ou a calçada com mangueira quando o mundo todo está tentando economizar este bem, cada vez mais escasso, parando o carro em fila dupla e etc.
Sejamos cidadãos, educação e respeito são o começo de tudo.
Não adianta buscar vantagens se não educamos nossos filhos como cidadãos, ou se não fomos educados por nossos pais.
Não adianta querer vagas em faculdades para eles, se não exigimos que eles fossem à escola fundamental.
Se, no passado, nós fomos ausentes e omissos, agora talvez seja tarde. Se não participamos da educação e aprendizado de nossos filhos, se não exigimos deles que tirassem boas notas. Não vai adiantar pedir tratamento de exceção agora.
Precisamos a mudar a nós mesmos.
Precisamos escolher melhor, os políticos que elegemos.
Precisamos parar de vender nossos votos em troca de vantagens pessoais. Pois, o que você receberá por ele é muito menor do que o valor que terá que pagar, pela corrupção que está alimentando.
Vá a comícios. Volte ao local deles no dia seguinte e veja como está. Analise pelo que ver, se o candidato está realmente interessado pela sua comunidade. Se estiver imundo, ele se importa pouco. Não merece seu voto.
Cidadania já!
Nenhuma sociedade vence seus obstáculos como nação pensando em direitos individuais.
A cidadania está em coisas simples que, e seu conjunto traz o bem estar e igualdade.
Sou radicalmente contra a segregação racial, cultural ou social.
Só descarto os ignorantes que o são por opção, pois aqueles que o são por falta de oportunidade, tento resgatar.
Sou a favor que, por determinado tempo, se exija das empresas um número mínimo de funcionários de várias etnias, e não somente negros. Até que o fluxo se torne natural.
Sou a favor de um número mínimo de portadores de necessidades especiais e pessoas de diferentes idades nas empresas. Isso irá mostrar, àqueles que os segregam, que eles não são tão diferentes assim e que ser diferente é uma qualidade, não um defeito.
Repetindo John Fitzgerald Kennedy (Ex-Presidente Norte Americano), "Não perguntem o que o país pode fazer por você. Mas o que você pode fazer por seu país".
País não é o governo, País é o espaço físico onde reside uma nação.
Já pagamos muitos impostos, portanto não deveríamos assumir os deveres do Estado, que arrecada para isso. Seria pagar duas vezes pela mesma coisa. Mas também não podemos assistir a nação se deteriorar, passar fome, ficar sem assistência médica, perder a sua cultura e seus valores, pensando de forma individualista.
Podemos começar com gestos simples, respeitando os direitos um dos outros; não atrapalhando; não sujando; respeitando as leis de trânsito e de segurança. Respeitando a autoridade policial; denunciando crimes; principalmente aqueles que acontecem dentro de casa. Acompanhando os resultados de nossos filhos na escola, e ensinando (com o exemplo) a respeitar os outros e o meio onde vivem.
Já vi pais brigando com professores por esses repreenderem seus filhos, quando deveriam estar tentando entender o que está acontecendo de errado com os filhos e corrigir. Valores invertidos.
Que exemplo, pai e mãe estão dando? Eu posso tudo porque grito!
Posso por que sou forte, grande ou porque tenho uma arma.
Sociedade do vale tudo?
Sociedade da Lei de Gerson (tem que levar vantagem)?
Não é a sociedade em que quero viver...
Precisamos pensar como um todo respeitando a diversidade e diferenças entre os povos, culturas e religiões. Cada uma delas tem um pouco da Verdade, nenhuma a detém por completo. Verdade aqui, no sentido da Sabedoria Divina, de justiça.
Quanto mais coisas, pessoas, culturas e religiões conhecermos mais entenderemos quão longe da Verdade estamos. E o quanto podemos aprender com as nos diferenças.
Por isso devemos respeitá-las e valorizá-las.
Por isso elas existem, porque são importantes.
Quando você vai ao parque de diversões você escolhe o carrossel ou a montanha russa?
Se você for um cidadão, no longo prazo a sociedade onde vive terá menos problemas e mais diferenças, no futuro seremos uma nação, pois embora diferentes, caminharemos rumo ao mesmo ponto.
Ajude mais e seja mais crítico consigo mesmo antes de ser crítico dos outros. Abra sua mente e seu coração. Perceba mais.
Dê a sua contribuição, seu exemplo, mesmo que seu vizinho faça o contrário.
Dê o exemplo ao seu filho!
Você não precisa ser igual aos outros.
Se você fizer a coisa certa, não estará se privando de nada, só não estará enganando a si próprio.
A vida é um grande espelho. O que vemos é sempre a nossa imagem refletida.
Pensem nisso!
Gerald Corelli
Novembro/2002