Pessoas e
Vinhos
(uma analogia)
Antes de ser vinho, ele foi uva.
A uva sofreu com chuvas, frio, sol quente e granizo.
Foi cortada e depois batida, amassada ou pisada.
Sua casca rompida, suas bagas expostas com suas sementes.
Virou mosto, azedou e fermentou. Tornou-se ácida.
Na peneira foi separada de sua casca e sementes.
Foi guardada em tonéis onde havia milhares como ela.
Continuou envelhecendo...
Depois foi engarrafada e guardada em um lugar frio e escuro.
Depois de alguns anos tornou-se um vinho fino e encorpado.
Para ser apreciado com carinho, sorvido com delicadeza e prazer.
Não para ser bebido simplesmente, mas para ser vivido...
As chuvas, o sol e o granizo, assim como a dor do romper da casca, a fermentação e a acidez fizeram parte da história do vinho, mas não fazem mais parte dele, eles são o seu passado.
Restou apenas o que ele precisava para se tornar um bom vinho.
As pessoas são assim também.
Enquanto não nos desfizermos de nossas cascas e sementes; enquanto não deixarmos de ser ácidos não nos tornaremos um bom vinho.
Algumas coisas fazem parte de nossa história, mas não as devemos carregar para sempre.
Vinho não é uva e não tem gosto de suco de uva. Vinho é vinho.
Já foi uva, já foi mosto, mas agora é vinho.
Tudo isso são apenas lembranças.
Muitos estamos em fases diferentes do vinho, precisamos esquecer algumas etapas por que passamos guardar apenas a essência, para nos tornarmos vinho. Um bom vinho.
E esperar que alguém que aprecie o bom vinho que nos tornamos vir nos sorver.
Beber-nos com prazer, desfrutar-nos com carinho e sem pressa.
Degustar um pouco de nós...
Com certeza essa pessoa será um bom vinho também, pois somente assim saberá dar valor...
Muitas coisas fazem parte da nossa história, mas não devem fazer parte de nossas vidas.
Gerald
Corelli
Consultor